Quando falamos em uma data como o Dia Nacional da Gentileza, o que vem à cabeça é que devemos tentar ser mais gentis com aqueles que estão por perto, não é? O que poucas vezes fazemos, até por falta de costume, é procurar saber o porquê de comemorarmos essa data.
Se você for às ruas do Rio de Janeiro e perguntar por José Datrino, certamente, a imensa maioria dos cariocas não ligará o nome à pessoa. Mas experimente procurar pela história do Profeta Gentileza e, em troca, receberá dezenas de sorrisos e lembranças.
Nascido em uma família de 11 irmãos no interior de Cafelândia, São Paulo, desde menino Datrino se destacava p
Ele só viraria Profeta Gentileza anos depois, na década de 1960, depois do incêndio do Gran Circus Norte-Americano de Niterói (dezembro de 1961), no qual morreram mais de 500 pessoas – a maioria, crianças. No Natal daquele ano, morando no Rio, Datrino disse ter ouvido “vozes astrais” e dirigiu-se ao terreno do circo para plantar um jardim sobre as cinzas.
Ali morou por quatro anos e trabalhou como “consolador voluntário”, confortando com palavras de bondade às famílias das vítimas da tragédia. Recebeu dois apelidos: “José Agradecido” e “Profeta Gentileza”. O último prevaleceu.
Na década seguinte, Gentileza passou a percorrer as ruas da capital fluminense para levar sua palavra de amor, bondade e respeito ao próximo. Era assim em ônibus, praças, pontes, praias, calçadões e até nas apinhadas barcas da travessia Rio-Niterói. Nem todos entediam a mensagem do Profeta. Os mais exaltados o chamavam de “maluco”. Para estes, a resposta estava sempre na ponta da língua: “Sou maluco para te amar e louco para te salvar”.
Após uma rápida passagem por Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, Gentileza voltou ao Rio, nos anos de 1980, para dar início ao seu legado: em 56 pilastras do viaduto da Av. Brasil, entre o Cemitério do Caju e o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro, Gentileza preencheu muros com seus escritos sobre o mal-estar da civilização. Para uns textos proféticos, para outros, poesia, as mensagens em tons de azul, verde e amarelo nunca passaram despercebidas. Foram cantadas por músicos como Gonzaguinha e Marisa Monte, citadas em filmes, novelas e trabalhos acadêmicos.
Nos anos de 1990, um susto: os dizeres de Gentileza foram cobertos erroneamente com tinta cinza pela Prefeitura do Rio, que se desculpou. A recuperação só veio em 1999.
Após três anos de experiências, o Movimento Mundial pela Gentileza foi concretizado e lançando oficialmente.
Atos simples de gentileza
- Abra a porta para alguém entrar primeiro
- Ajude alguém necessitado a atravessar a rua
- Deixe a pessoa que tem menos compras passar na sua frente na fila no mercado
- Elogie alguém
- Agradeça às pessoas que lhe fazem favores
- Ceda o assento às pessoas idosas ou com deficiência
- Dê passagem ao carro de outra faixa, que precisa passar na sua frente
- Cumprimente as pessoas, com um bom dia, boa tarde ou boa noite
- Peça licença quando precisar por alguma pessoa
- Elogie as pessoas com quem convive
- Ofereça água ou café ao técnico/pedreiro que conserta algo em sua casa
- Leia em voz alta para uma pessoa que não consegue ler
- Compartilhe seu guarda-chuva com um estranho
- Ouça alguém que tenha um problema
Sem comentários:
Enviar um comentário